domingo, 9 de junho de 2019




4º SESSÃO


O AMALDIÇOADO DRUIDA BELIAL

 Pouco a pouco Elkantar torna-se cadavérico e sua pele pálida, Davy percebe então que o seu olhar não apresenta mais nenhum sinal de humanidade. Outrora um fiel aliado do lendário herói Haelirin, contador de muitas histórias, Elkantar havia se tornado um Ghast, uma criatura morto-vivo, semelhante a um ghoul, só que mais forte e mais inteligente. Exalava um fedor de morte e podridão, capaz de gerar náuseas no bardo, fazendo com que o mesmo não fosse capaz de se esquivar a tempo de uma garrada, que o fere profundamente.
 Escutando o ocorrido, rapidamente Mahjur olha para criatura e logo suspeita que se trata de um profano morto-vivo. Akael sem titubear, prepara seu arco, enquanto seu coração é tomado de um profundo ódio, ele tem a convicção de estar na presença de um morto-vivo, a criatura que ele mais odeia.
 Sabendo que não há mais chance de salvar Elkantar, Akael dispara uma de suas flechas contra a criatura, mas a erra. Mahjur bate seu bastão contra o chão e inúmeros esporos percorrem seu corpo, criando uma espécie de carapaça e aumentando seu vigor físico, seu bastão então é tomado por uma energia mágica de tom esverdeado e ele corre em direção ao morto-vivo, seguido depois por Gauthak, que demora a perceber a presença do Ghast.
 Davy prepara um truque mágico para tentar desconcentrar o morto-vivo e isso parece funcionar, pois o ataque da criatura o erra. Chega Mahjur e Gauthak para oferecer proteção ao bardo ferido. Um sangrento combate se inicia, depois de muitos golpes de bastão e machado, finalmente uma poderosa flecha é lançada pelo ranger contra o já gravemente ferido Ghast, eliminando-o de vez. A magia negra que havia transformado Elkantar em um morto-vivo, abandona seu corpo, deixando apenas uma ossada em um terreno agora profanado. Uma rápida prece é feita pelo bardo, tomado por um sentimento de tristeza, que se afasta do local.
 Davy e Mahjur decidem correr para o interior da cabana em chamas para tentar salvar algo que o drow possa guardar como recordação de seu avô de criação. Após se esquivarem de ripas flamejantes que se desprendiam do teto, os dois chegam ao quarto de Elkantar. Davy logo vê uma concha em forma de ocarina sobre o criado mudo que possuía um discreto brilho, estranhamente ela não havia sido danificada pelo fogo que envolvia o móvel de madeira zurkhwood. Rapidamente ele tenta abrir as gavetas, mas o calor queima a ponta de seus dedos, tirando sua atenção, mas não a de Mahjur que mais distante, nota algo no interior de uma das gavetas. O druida se aproxima e abre a gaveta novamente e então tira um traje de trovador feito de um nobre e luxuoso tecido, possivelmente o traje bárdico de Elkantar. Sem achar mais nada relevante nos outros cômodos, a não ser um pouco de ração, ambos deixam a cabana, antes que ela desabe.
 Novamente reunido, o grupo muito cansado e ferido dos combates anteriores, decidem acampar por ali mesmo e aproveitar o calor da cabana em chamas, para aquecer seus corpos gelados. Davy toca então uma agradável canção aprendida quando criança por seu "avô", logo uma sensação de confiança e coragem toca a alma de nossos aventureiros, que passam ali, a melhor noite de descanso desde que adentraram em Underdark.
 No dia seguinte, eles levantam acampamento e agora perdidos, escolhem seguir o caminho que acompanha o rio, acreditando que isso os levará em direção a uma nascente que fique fora do subterrâneo. Depois de caminhar por cerca de uma hora, eles escutam gritos desesperados: "Me deixem em paz! Eu não quero morrer!".
 Após poucos segundos, um pranto angustiante e sequencialmente, risadas vis e animalescas, como de um ulular e a frase: "Sacrifício para Yeenoghu! A besta da carnificina!"
 Akael temendo o pior, sem titubear, dispara na direção dos gritos e quando se aproxima, vê 3 Gnolls, um deles escalando uma parede ingrime de pedras, agarrando a perna de uma desesperada anã de cabelos ruivos, muito bem cuidados. Percebendo a presença do elfo os outros dois Gnolls investem contra Akael, um deles ataca-o com uma mordida.
 O restante do grupo então chega e um novo combate se inicia, onde os aventureiros vencem sem maiores dificuldades. Mahjur se aproxima e conversa com a anã, dizendo que ela está salva e conquista sua confiança.
 Ela ainda muito abalada se apresenta como Eldeth Feldrun de Gauntlgrym, diz que foi capturada nas imediações de sua cidade e levada ao subterrâneo, em direção a Gracklstugh, onde foi escravizada por duergars, sendo obrigada a fazer coisas horríveis. Ela diz que conseguiu fugir com um grupo de prisioneiros e que a alguns dias se escondia, tentando se manter viva nesse perigoso lugar. Eldeth propõe aos aventureiros que eles a escoltem, pois ela conhece um caminho que os levará para fora de Underdark, em direção a Gauntlgrym, sua cidade, onde o grupo seria recebido como heróis por sua família.
 A idéia agrada os aventureiros, que partem junto a anã. Eldeth se alimenta vorazmente de um dos frutos mágicos oferecidos por Mahjur, tendo sua imensa fome saciada. Eldeth leva o grupo em direção a uma passagem, que adentra em uma caverna, que mais parece o lar de alguma criatura. Ela relata que esse era seu esconderijo e que não havia mais nenhum monstro no local, mas que era necessário passar por ali até que se atingisse a saída do outro lado. O grupo segue grande parte do caminho labiríntico sem nenhum problema, visto que Eldeth realmente conhecia bem o lugar, não aparentando em nenhum momento se perder.
 Quando eles chegam em uma estreita passagem pela parede de pedras, Eldeth passa por ela e pede que os aventureiros a sigam, pois eles estão se aproximando da saída. Conforme eles avançam no corredor, um densa e baixa névoa começa a se tornar presente, eles então terminam o estreito corredor e adentram em um espaço largo, que mais parece um grande salão com uma névoa ainda mais densa, onde escutam uma voz que pronuncia algo indecifrável, uma voz aparentemente felina. Mahjur nota que não é idioma silvestre, nem druídico e avisa o grupo para ter cuidado. De repente um urro alto e sofrível se escuta de mais adiante, esse urrar sim, bem característico de um animal, todos notam, menos Akael, para ele não foi o urrar de um animal apenas, ele entende o som como um pedido de ajuda, é Belial, a fera companheira de sua amada Elith.
 Outra vez, o impetuoso ranger, corre na frente de seus companheiros no anseio de ajudar Belial, no que quer que esteja havendo ali. Quando ele chega no centro do salão, onde a névoa é mais dispersa, ele vê a pantera acorrentada nas quatro patas, em cima de um símbolo entalhado no solo, que parece ser uma runa, logo a frente está uma criatura humanóide de aparência horrenda. Ela realiza gestos como em um ritual e entre Belial e a criatura existe um cristal que aparenta sugar uma energia avermelhada do interior da pantera, uma energia vital o elfo imagina, pois a pantera vai ficando cada vez mais fraca.
 O ranger sem pensar, rapidamente jura a criatura de morte, marcando-a como sua presa e dispara uma flecha no cristal, que explode, libertando uma luz vermelha, que retorna parte na direção de Belial e a outra em Grindy, a bruxa.
 Com a explosão do cristal, Eldeth coloca as mãos sobre rosto, aparentando desolação, ela balança a cabeça e sussura sem parar: "não, não, não".
 Belial, a pantera gigante, após ter parte de sua energia recuperada, da um urro ainda mais forte, que ecoa por todo salão e estoura as correntes que a prendiam, ficando com os grilhões presos em suas patas. Enfurecida investe contra Grindy, mordendo-a, Davy pega sua ocarina e toca um canção melancólica que aparenta afetar a bruxa, enfraquecendo-a, Gauthak em um surto de ação golpeia a criatura múltiplas vezes, enquanto Mahjur invoca os poderes da natureza para criar um raio lunar que envolve Grindy em chamas fantasmagóricas que causam uma dor lancinante.
 A bruxa ainda capaz de lutar, desfere fortes golpes contra Mahjur e Gauthak, que vigorosos como são, suportam os ferimentos causados sem debilitarem-se. Então Akael nota no dedo de Grindy um anel idêntico ao de Elith, um anel de madeira entalhado com desenho de vários animais no seu contorno. Em seu raciocínio, isso justificava a presença de Belial naquele local, a fera provavelmente havia encontrado o rastro da druida, que havia sido capturada e seguiu-o até o lar da bruxa. O ranger indaga a criatura, perguntando o que ela havia feito com Elith. Grindy então temendo a morte que se aproximava, pensa em responder tudo que sabe, a fim de possivelmente ser perdoada por seu erro e ter a vida poupada. Quando começa a responder, talvez erroneamente, inicia por dizer que Elith já não estava mais com ela, algo havia ocorrido. Apenas esse relato já é o suficiente para inflamar de raiva o coração do impetuoso Akael, que dispara uma flecha certeira no peito da bruxa, fazendo-a se sentir acuada. Grindy então interrompe sua fala para se concentrar apenas na sua defesa, porém antes que ela pudesse realizar seu feitiço de invisibilidade, um novo raio lunar é criado por Mahjur, esse tão forte, que desintegra o corpo da bruxa, fazendo cair ao chão apenas suas vestes e o anel. Akael se aproxima e pega o anel, analisando em suas mãos ele tem certeza que é o anel de Elith.
 Davy se aproxima dos fragmentos do cristal para analisá-lo. Enquanto observa-os, graças a sua percepção élfica apurada, escuta um barulho suave, vindo de trás de um pilar próximo as suas costas. Quando olha para trás, vê Eldeth Feldrun, a anã que está com um semblante enfurecido e uma de suas mãos aparentam agora dedos longos e unhas ponteagudas. Ela grita a todos no salão, com uma voz agora forte, imponente e cheia de ódio: "Vocês quebraram o cristal, era para ele ser meuuuu!" e golpeia Davy, que pela frágil constituição élfica, fica mais uma vez gravemente ferido. Mahjur então que não havia se desconcentrado ainda de sua invocação mágica, desloca o raio lunar na direção de Eldeth e então todos se assustam ao ver a anã dentro do raio de luz, tomar uma nova forma. Surge uma criatura mais alta e esguia, de pele azulada, garras longas e um semblante alienígena. Gauthak e Akael se engajam em combate novamente, ferindo gravemente a criatura, que antes de morrer lê os pensamentos de Akael e em tom de deboche, diz que ele havia perdido a grande oportunidade de encontrar Elith, devido a sua impetuosidade. Sendo morto em seguida pelos aventureiros.
 A criatura desconhecida de todos, menos do bardo, que já havia escutado histórias sobre um ser estranho chamado Doppelganger, que era capaz de assumir a forma idêntica de suas vítimas e também de ler mentes, capacidade que lhes permitiam atuar de maneira conspiratória e enganativa para conquistar seus objetivos. Mahjur logo percebe que o grupo havia sido enganado o tempo todo e que a criatura apenas estava usando-os para enfrentar a bruxa, torcendo para que ambos se matassem em combate e o cristal mágico, pudesse ser roubado sem risco algum.
 Com esse fim a chance de escapar do Underdark sobre o guiar de Eldeth Feldrun, a anã de Gauntlgrym, se esvai e mais uma vez o grupo de heróis se vêem perdidos e sem esperanças. Só que agora Akael dispõe de mais um companheiro, Belial a pantera, a fera companheira de Elith, está ao seu lado e o ajudará a encontrar sua amada.
 Quando Akael coloca o anel em seu dedo, estranhamente ele emite uma luz mágica, nunca visto antes pelo ranger. Os demais aventureiros então notam que a pantera olha para Akael e começa a urrar, como se estivesse conversando com ele. Akael por sua vez passa a ser capaz estranhamente de entender comumente tudo que o animal diz. Akael percebe que o anel havia lhe conferido o poder de  compreender e se comunicar com animais.
 Belial então diz ao ranger tudo que Elith nunca soube, que na realidade ele não é simplesmente uma pantera, mas sim seu irmão, um druida que foi amaldiçoado e preso em sua forma animal por um arquedruida muito poderoso. Belial revela a Akael que foi enfeitiçado por um mago negro, um estudioso da demonologia de nome Gromph e forçado a revelar a localização do jardim secreto da Árvore Sagrada do Conhecimento, uma árvore colossal capaz de frutificar uma única vez a cada mil anos, diz as antigas lendas élficas que seu fruto abençoado oferece saber ilimitado sobre aquilo que quem a experimenta, mais anseia.
 A ordem druídica após descobrir que o mago havia roubado o fruto, soube do que ocorrera entre Belial e Gromph e das intenções demoníacas do mago negro, decidindo punir Belial, para que o mesmo nunca mais fosse capaz de se comunicar com qualquer humanóide e aprisionou-o em sua forma animal pelo resto de sua vida.

quarta-feira, 5 de junho de 2019



A ÁRVORE SAGRADA DO CONHECIMENTO

  Uma antiga lenda élfica entoada apenas em cânticos por arquedruidas anciões, relata a existência de uma árvore colossal capaz de frutificar uma única vez a cada mil anos. Seu fruto abençoado oferece ilimitado saber sobre aquilo que quem a experimenta, mais anseia.

quinta-feira, 30 de maio de 2019



NPC


HAELIRIN DUSKRYN

 Visto por alguns como um herói, porém pela imensa maioria como um anarquista. Foi um habilidoso espadachim, apelidado de "Lâmina do Amanhecer" por aqueles que sobreviveram aos seus golpes muitas vezes letais, sem mesmo ter enxergado-o. Uma alusão ao prejuízo causado a capacidade visual dos drows na presença da luz do sol.
 Considerado pelos mais próximos um líder ideologista e libertário, sonhou em ver Menzoberranzan livre da escravidão.

quarta-feira, 29 de maio de 2019



3º SESSÃO


A MORTE DE ELKANTAR E SUAS REVELAÇÕES


 Logo que fugiram do Posto Avançado de Velkynvelve, os aventureiros seguiram caminhando o maior tempo que seu vigor físico suportou, no intuito de criar uma boa distância de Ilvara e seus servos, porém em um determinado momento o cansaço os abateu, forçando-os a criar um acampamento para descansar. Foi estipulado um revezamento para guarda durante o descanso de todos entre apenas Davy e Akael, visto a capacidade racial que os elfos tem de rapidamente se recuperarem após uma curta meditação. Akael foi o responsável pelo primeiro turno, ele subiu no alto de uma pedra para ter uma visão melhor do local, enquanto vigiava com sua besta carregada em mãos. Com o passar do tempo, devido a longa caminhada realizada até então, o cansaço pesa sobre o corpo de Akael, tirando um pouco de sua concentração e em um rápido fechar e abrir de olhos, ele nota que a mochila de Gauthak se abre sozinha e então uma poção começa estranhamente flutuar se distanciando do acampamento. Akael não pensa duas vezes e dispara contra a direção da poção e ouvi um sonoro grito de dor, a poção cai no chão e se despedaça, começa então a se materializar um duergar. Com o grito, Davy e Gauthak acordam assustados, empunhando rapidamente suas armas. O Duergar então começa a proferir em alto tom palavras desconhecidas pelo grupo e seu tamanho começa a ficar maior e maior, tornando aquele pequeno anão cinzento em um gigante intimidador.
 De uma direção contrária, outro anão de nome Mahjur ouve um grito, que o faz recordar de um combate com um duergar que por pouco não tirou sua vida. Ele então decide se aproximar cuidadosamente do local de onde vieram os gritos para averiguar o que ocorria, quando nota três indivíduos com roupas mal trapidas, olhando assustados para um enorme duergar.
 Após um combate pouco dificultoso, o grupo derrota o duergar e Gauthak pega seu machado como espólio da luta vencida. Superado o êxtase do combate, Davy nota um anão escondido atrás das pedras observando-os e pede para ele se aproximar, Mahjur sai de trás de seu esconderijo, pouco efetivo pelo visto e se apresenta ao grupo. Dividindo objetivos parecidos, os aventureiros decidem aceitar a companhia do anão que logo lhe oferecem um fruto mágico capaz de saciar rapidamente a fome deles e também ajudar a curar seus ferimentos.
 Levantado o acampamento, eles reiniciam a caminhada rumo a cabana de Elkantar, percorrendo inúmeros túneis labirínticos, por vezes faz Davy se sentir perdido. Temendo ser recapturados, Gauthak decide apagar os rastros deixados pela trilha percorrida, quando após horas caminhando, começam a sentir um leve tremor vindo das paredes e do chão, quando eles param, o tremor praticamente cessa, porém sem conseguir identificar o que estava havendo, decidem prosseguir. Quando um pouco a frente uma criatura enorme, com características insetóides rompe a parede lateral e interpõe o caminho do grupo, forçando-os a lutar por suas vidas novamente. A criatura despeja um ataque ácido sobre todo o grupo, acertando principalmente Akael, que fica bastante ferido. Depois de um forte golpe de Gauthak nas patas dianteiras, a criatura arca para frente e então Mahjur golpeia com seu bastão mágico, usando toda sua força o Ankheg, que cai inconsciente. Davy cuida dos ferimentos de Akael e então eles seguem seu destino. Percebendo que após o término do túnel que o caminho começa a se estreitar, tornando difícil a passagem, Mahjur da a brilhante idéia deles se amarrem por uma corda e se moverem cautelosamente para evitar qualquer queda, porém no meio do caminho, parte do estreito solo se despedaça fazendo com que Mahjur e Gauthak se desequilibrem e caiam. Akel agilmente consegue ajudar Gauthak a segurar na borda, porém Mahjur não tem a mesma sorte, caindo e ficando pendurado pela corda, parecia que sua ideia havia o salvado. O barulho da queda desperta uma criatura que surge das teias existentes logo mais abaixo, o grupo olha para baixo e é capaz de ver já alguns corpos putrefatos, um deles de um aparante arqueiro. Um Ettercap surge e lança uma teia que prende parte de nossos aventureiros e a corrida contra o tempo de Mahjur para escalar o penhasco ou ser puxado antes que a criatura chegue a ele começa. Enquanto ele sobe, Davy e Akael iniciam os ataques a distância, dificultando a escalada da criatura e consequentemente matando-a. Após o combate um deles desce para pegar o arco longo que estava ao lado do putrefato corpo do infeliz arqueiro preso as teias.
 Mantendo-se no caminho que Davy vagamente se recordava em direção a cabana depois de mais algumas horas de caminhada, eles finalmente a acham, porém parecia que alguém havia a encontrado antes. Eles percebem dois drows carregando algo encoberto por um longo tecido, concentrando-se melhor, notam mãos e pés para fora do tecido, pelas características, outro drow. Davy já pensa no pior. De repente algo pertubador surge do interior da cabana, é Jorlan, fazendo um sinal negativo com a cabeça, então uma figura gélida e aterrorizante aparece com um semblante enfurecido, era Ilvara irritada por não ter encontrado o grupo de prisioneiros. Ela aparenta dar uma ordem aos dois guardas drows que seguravam o corpo,  eles se direcionam ao rio que corria lateralmente próximo a cabana e lançam o corpo, o tecido durante a queda se desprende e revela a figura de Elkantar, Davy tinha razão, era seu avô morto. Ilvara bate seu cajado negro contra o chão e um rastro de fogo é emanado em direção a cabana, que rapidamente entra em chamas. Ilvara, Jorlan e os dois guardas drows seguem em outra direção.
 Davy acompanha com o olhar entristecido o corpo de seu avô ser carregado pelas correntezas fracas do rio, quando em uma das pedras, ele parece se agarrar sem muita força. Talvez Elkantar ainda estivesse vivo, imagina Davy, que sem pensar duas vezes dispara na direção do corpo, sem mesmo se importar em ser notado pelos drows inimigos.
 O bardo logo entra no rio e tira o corpo de seu avô, lança um feitiço de cura que ajuda a amenizar o sofrimento de Elkantar. Estranhamente seu avô apresenta manchas negras que aparentam ter vida, eles estão se espalhando pelo seu corpo, removendo pouco a pouco sua vitalidade.
 Elkantar diz não haver mais tempo para salvar sua vida, mas pede que Davy ouça atentamente o que ele tem a dizer.
 "Ouça meu querido Davy Duskryn, eu não sou seu avô, como você sempre imaginou. Eu apenas o criei a pedido de Jorlan Duskryn, seu verdadeiro pai. Eu fui um grande aliado de Haelirin, o espirituoso e libertário herói drow, que lutou contra a ideologia escravagista de nossa raça e também contra os interesses nefastos da Ordem de Lolth. Haelirin com o tempo passou a conquistar mais inimigos, do que admiração ou fama, porém isso nunca o amedrontou. Só que a Ordem de Lolth o taxou como um rebelde que deveria ser parado. Em uma emboscada 'Lâmina do Amanhecer', (como foi apelidado, por suas execuções tão rápidas e fulgazes que seus inimigos drows não eram capazes de enxergar), foi capturado e morto, com isso morreu também seu idealismo, liderança e sonho de ver Meznzoberranzan livre da escravidão.
 Haelirin teve um filho de nome Jorlan, o habilidoso herói o treinou e o educou nos preceitos de seu idealismo e sonhos, porém quando sua fama, mal vista pelos seguidores de Lolth cresceu demais, ele precisou partir, para assim proteger seu amado filho, deixando-o sob meus cuidados.
 Quando Jorlan ouviu os boatos da captura e morte de seu pai, partiu em direção a Menzoberranzan em busca de vingança e de algo que pudesse preencher o vazio de seu coração".
 Contando a história cada vez mais ofegante e fraco, Davy nota que a pele de Elkantar havia se tornado cadavérica, seus olhos avermelhavam-se e tornavam-se fundos, suas mãos transmutavam-se em garras afiadas, a partir daí, Davy não foi capaz de compreender mais nada que era falado por Elkantar, a não ser a última frase.
 "Afaste-se de mim!"

terça-feira, 28 de maio de 2019



2º SESSÃO


A FUGA DO POSTO AVANÇADO DE VELKYNVELVE (PARTE 2)

 Após uma longa tarde de trabalho forçado, os prisioneiros são levados de volta a cela. Todos  exibiam em seu rosto, sinais de aparente cansaço, menos aquele que mais trabalhou, Davy. Ele estava entusiasmado e logo contou aos seus novos aliados o que ouvira de Jorlan, trazendo ânimo a todos.
 Eles esperaram inquietos a chegada de Jorlan, mas o tempo passou, passou e passou e nada do guerreiro de elite drow aparecer. Tomados pelo cansaço, eles acabaram por adormecer.
 Durante a noite, eles acordam assustados com um som de chave batida contra as grades da cela, era Jorlan cumprindo sua promessa. Ele abre a cela e lança as chaves dos grilhões para dentro e reforça um tom de voz ameaçador, "espero não ser citado, caso vocês sejam capturados ou eu mesmo cuidarei para que nunca mais fujão". O grupo então espera Jorlan se distanciar para se livrarem das correntes e grilhões, abrem a cela e saem furtivamente, com exceção do grandalhão Gauthak, seus passos pesados parecem ecoar pela caverna, por sorte, o barulho da cachoeira abafa levemente o som.
 Gauthak então avisa o grupo que na Torre de Guarda próxima há um armorial com espadas curtas, bestas, adagas e armaduras, seria interessante tentar obter alguma coisa, caso seja necessário lutarem por suas vidas. Os aventureiros então quando começam a se aproximar, quando escutam soar de trombetas, parecia um sinal. Será que a fuga havia sido descoberta? Eles notam guardas drows correndo enquanto sacam suas espadas e carregam suas bestas, porém eles correm em outra direção, o grupo então aproveita para invadir a torre de guarda e saquear os equipamentos, porém eles são surpreendidos por um guarda drow que estava escondido, provavelmente por ter ouvido-os se aproximarem. Gauthak tenta imobiliza-o sem sucesso, devido a agilidade do guarda, Akael e Davy se aproximam do armorial e logo pegam uma besta cada um, uma aljava de setas e a carregam, Claus por sua vez, fora da prisão, tem liberto seus poderes arcanos e invoca mãos negras que surgem do chão atacando o guarda que sucumbe facilmente.
 Os demais aventureiros se equipam, saem da Torre de Guarda, caminhando sobre uma ponte de corda e tábuas de madeira, reforçadas por algo que parecem teias de aranha. Nessa ponte eles tem uma visão da parte baixa de do Posto Avançado de Velkynvelve, então eles notam o que havia chamado a atenção dos drows. Aparentemente eles sofriam um ataque, mas de algo bastante incomum para nossos aventureiros, pareciam criaturas demoníacas, o que deixa nossos hérois espantados.
 Claus aponta para uma estalactite gigantesca, dizendo conhecer aquele local, se tratava de um Santuário de Lolth e embaixo os aposentos de Ilvara, onde ele havia notado a presença de um estranho baú, que acreditava estar os pertences do grupo. No trajeto, eles veêm a sacerdotisa saindo de seus aposentos com sua túnica e cajado negros, como também um chicote de serpentes vivas, se direcionando ao piso inferior do Posto Avançado. Eles aproveitam a saída da sacerdotisa para adentrar no Santuário, notam uma estátua de pedra entalhada de uma mulher meio aranha no centro do salão e furtam pedras preciosas que simulavam os olhos de Lolth nessa estátua, quando surgem sorrateiramente de trás da estátua um aranha gigante, que é derrotada bravamente por nossos aventureiros. No aposento de Ilvara eles obtêm alguns itens e duas poções, mas desistem de tentar abrir o baú, após percebem que havia algum selo mágico perigoso nele.
 Ao sair, Akael orienta o grupo a passar pelo refeitório, local onde ele havia trabalhado, sabendo que poderiam aproveitar a ausência de drows no posto, para levarem consigo um pouco de mantimento. Ao passarem silenciosamente próximo do elevador de carga, notam que um quaggoth era o resposável por fazer a descida dos guardas para o combate no piso inferior. Claus inteligentemente usa seus poderes mágicos para criar uma lufada de vento e empurrar o quaggoth queda abaixo, evitando mais um combate. Quando adentram o refeitório, ele está vazio, porém um barulho vinha da região do estoque, Gauthak se aproxima para checar e nota outro quaggoth, organizando o ambiente. Ao notar a presença do meio gigante, a criatura quebra o pé de uma mesa e usando como tacape, parti para cima dele. Um combate intenso se inicia, mas Gauthak não resiste aos inúmeros golpes fortes desferidos pelo quaggoth e desmaia. O restante do grupo à distância mata a criatura e então Davy usa seus dons curativos para levantar o meio gigante. Eles encontram um pouco ração para viagem e cogumelos, assim como cantis, porém vazios.
 Eles partem então para o elevador de carga, onde Gauthak com sua incrível força e ajuda dos demais, é capaz de desce-los com facilidade. Ao descer, eles se mantêm longe e despercebidos do combate entre drows e demônios, mas aproveitam a presença do lago onde a cachoeira desembocava para pegar um pouco d'agua antes de fugir de vez do Posto Avançado de Velkynvelve. Ao se aproximar da margem para usar sua habilidade de prestidigitação para limpara suja água do entorno, Claus não nota a presença de um cubo gelatinoso cinzento camuflado nas pedras do lago, que rapidamente ataca o mago, o mesmo sente-se catatônico e em sua mente surge uma imagem estranha e aterrorizadora, junto da fala "CARNE PARA O SENHOR SEM ROSTO". O golpe é tão forte que o ácido despejado no ataque, cobre todo o corpo do pequenino gnomo, levando-o a morte instantaneamente. O grupo assustado vira todo seu ataque contra a criatura, eliminando-a.
 Infelizmente não há tempo para uma cerimônia de sepultamento adequada, o grupo precisa fugir, enquanto o combate entre drows e demônios, distrai a todos. Eles pegam os pertences de Claus e correm em direção a saída.
Quanto mais eles se aproximam da saída, mais o bom ânimo vai retornando aos corpos cansados de nossos aventureiros, porém no Underdark nada é simples e fácil. Notados por um demônio das sombras gravemente ferido, que sem se importar com sua condição,  voa velozmente e investe contra o grupo e outro combate mortal se inicia, dessa vez, sem vítimas fatais entre os aventureiros.
 Eles então finalmente conseguem fugir do Posto Avançado de Velkynvelve! Davy porém sabe que a sacerdotisa Ilvara Mizzrym, não descansará enquanto não recapturar os prisioneiros, tão logo note a fuga e aconselha o grupo a buscar refúgio temporário na cabana de seu avô Elkantar.


1º SESSÃO


A FUGA DO POSTO AVANÇADO DE VELKYNVELVE (PARTE 1)

 Nossos aventureiros acordam com a visão turva e fortes dores pelo corpo, eles notam que estão acorrentados e não estão sozinhos, cada um deles vê outros três indivíduos, todos também tendo acorrentados seu pescoço e mãos a um cinturão. Um deles, aparentando nítidos traços de um elfo negro, logo diz, fomos aprisionados por drows. Eles se apresentam um a um e tentam entender o que houve, já que se lembram apenas de um doloroso golpe nas costas, quando passam a mão na região do ferimento, percebem resquícios de um líquido esverdeado, que o Davy, o drow, logo reconhece, "é veneno, foi assim que nos trouxeram para cá sem muita dificuldade".
 Claus despertara mais assustado que os demais, se recorda de mais um de seus atuais e frequentes pesadelos, ele lembra de uma estranha e perturbadora sombra se mover e estender a mão em direção a um grupo de aventureiros, que vagueiam por um labirinto interminável de túneis, quando tentáculos negros e longos surgem esmagando-os contra a parede, o pesadelo então se encerra ao som de um rugido e de um uivo atormentador que ecoavam em sua mente.
 Claus então decide usar seus poderes arcanos para soltar as algemas, porém estranhamente nada acontece, ele logo imagina na possibilidade de existência de um campo antimagia. Gauthak, o goliath usa toda sua incrível força para tentar deformar as barras da prisão e permitir a fuga de seus novos aliados, porém apesar de uma leve deformação inicial, ele percebe que não é forte o suficiente para isso. 
 Percebendo a aproximação de dois guardas drows que carregavam algo escondido embaixo de um pano, Gauthak tem a idéia de simular uma briga com o pequenino Claus, imaginando que os guardas haviam notado que eles tentavam de alguma jeito escapar. Quando os guardas se aproximam e retiram o pano, nota-se uma bandeja e quatro pratos, que são servidos aos prisioneiros, são quatro porções de cogumelos. Eles então são avisados que em breve seriam levados para realizarem os afazeres do posto.
 Depois de um curto tempo de descanso, surge quatro grupos de três guardas cada um, que retira os prisioneiros e os leva para diferentes locais do Posto para que realizem trabalhos forçados. Gauthak é levado para a Torre de Guarda para que cuide de todo armorial, Claus é levado para o Santuário de Lolth e Alojamento de Ilvara para simples afazeres domésticos, Akael é levado para o Refeitório e finalmente Davy, para o Covil dos Quaggoths para limpar os dejetos das criaturas servas dos drows. Tamanha era a rejeição que Jorlan havia recebido por parte de Ilvara que constantemente era ele quem conduzia os prisioneiros ao pior local do Posto Avançado de Velkynvelve, o covil possuia um mal cheiro insuportável e estar no meio de tantos quaggoths, poderia ser algo um tanto hostil.
 Percebendo a insatisfação de Jorlan e sabendo superficialmente do ocorrido com o orgulhoso guerreiro, Davy tenta uma aproximação no intuito de ferir ainda mais seu orgulho e então propor algo em benefício de seu grupo, quando de maneira surpreendente, escuta Jorlan dizer que estaria disposto a facilitar mais uma vez a fuga de prisioneiros para que Ilvara caísse em desgraça junto a Ordem de Lolth.


NPC


ELITH / BELIAL

 Elith é uma elfa druida que vive no Bosque dos Murmúrios, atuando como uma guia para os viajantes que adentram em seus domínios e também como guardiã da natureza nesse local. Sempre é vista acompanhada de sua fera de estimação, Belial.
 Normalmente reclusa e muito reservada, ultimamente andava sendo vista com frequência ao lado de um jovem elfo de cabelos e olhos negros. Os mais próximos de Elith diziam perceber que a mesma nutria um sentimento especial pelo caçador de nome desconhecido.