quarta-feira, 29 de maio de 2019



3º SESSÃO


A MORTE DE ELKANTAR E SUAS REVELAÇÕES


 Logo que fugiram do Posto Avançado de Velkynvelve, os aventureiros seguiram caminhando o maior tempo que seu vigor físico suportou, no intuito de criar uma boa distância de Ilvara e seus servos, porém em um determinado momento o cansaço os abateu, forçando-os a criar um acampamento para descansar. Foi estipulado um revezamento para guarda durante o descanso de todos entre apenas Davy e Akael, visto a capacidade racial que os elfos tem de rapidamente se recuperarem após uma curta meditação. Akael foi o responsável pelo primeiro turno, ele subiu no alto de uma pedra para ter uma visão melhor do local, enquanto vigiava com sua besta carregada em mãos. Com o passar do tempo, devido a longa caminhada realizada até então, o cansaço pesa sobre o corpo de Akael, tirando um pouco de sua concentração e em um rápido fechar e abrir de olhos, ele nota que a mochila de Gauthak se abre sozinha e então uma poção começa estranhamente flutuar se distanciando do acampamento. Akael não pensa duas vezes e dispara contra a direção da poção e ouvi um sonoro grito de dor, a poção cai no chão e se despedaça, começa então a se materializar um duergar. Com o grito, Davy e Gauthak acordam assustados, empunhando rapidamente suas armas. O Duergar então começa a proferir em alto tom palavras desconhecidas pelo grupo e seu tamanho começa a ficar maior e maior, tornando aquele pequeno anão cinzento em um gigante intimidador.
 De uma direção contrária, outro anão de nome Mahjur ouve um grito, que o faz recordar de um combate com um duergar que por pouco não tirou sua vida. Ele então decide se aproximar cuidadosamente do local de onde vieram os gritos para averiguar o que ocorria, quando nota três indivíduos com roupas mal trapidas, olhando assustados para um enorme duergar.
 Após um combate pouco dificultoso, o grupo derrota o duergar e Gauthak pega seu machado como espólio da luta vencida. Superado o êxtase do combate, Davy nota um anão escondido atrás das pedras observando-os e pede para ele se aproximar, Mahjur sai de trás de seu esconderijo, pouco efetivo pelo visto e se apresenta ao grupo. Dividindo objetivos parecidos, os aventureiros decidem aceitar a companhia do anão que logo lhe oferecem um fruto mágico capaz de saciar rapidamente a fome deles e também ajudar a curar seus ferimentos.
 Levantado o acampamento, eles reiniciam a caminhada rumo a cabana de Elkantar, percorrendo inúmeros túneis labirínticos, por vezes faz Davy se sentir perdido. Temendo ser recapturados, Gauthak decide apagar os rastros deixados pela trilha percorrida, quando após horas caminhando, começam a sentir um leve tremor vindo das paredes e do chão, quando eles param, o tremor praticamente cessa, porém sem conseguir identificar o que estava havendo, decidem prosseguir. Quando um pouco a frente uma criatura enorme, com características insetóides rompe a parede lateral e interpõe o caminho do grupo, forçando-os a lutar por suas vidas novamente. A criatura despeja um ataque ácido sobre todo o grupo, acertando principalmente Akael, que fica bastante ferido. Depois de um forte golpe de Gauthak nas patas dianteiras, a criatura arca para frente e então Mahjur golpeia com seu bastão mágico, usando toda sua força o Ankheg, que cai inconsciente. Davy cuida dos ferimentos de Akael e então eles seguem seu destino. Percebendo que após o término do túnel que o caminho começa a se estreitar, tornando difícil a passagem, Mahjur da a brilhante idéia deles se amarrem por uma corda e se moverem cautelosamente para evitar qualquer queda, porém no meio do caminho, parte do estreito solo se despedaça fazendo com que Mahjur e Gauthak se desequilibrem e caiam. Akel agilmente consegue ajudar Gauthak a segurar na borda, porém Mahjur não tem a mesma sorte, caindo e ficando pendurado pela corda, parecia que sua ideia havia o salvado. O barulho da queda desperta uma criatura que surge das teias existentes logo mais abaixo, o grupo olha para baixo e é capaz de ver já alguns corpos putrefatos, um deles de um aparante arqueiro. Um Ettercap surge e lança uma teia que prende parte de nossos aventureiros e a corrida contra o tempo de Mahjur para escalar o penhasco ou ser puxado antes que a criatura chegue a ele começa. Enquanto ele sobe, Davy e Akael iniciam os ataques a distância, dificultando a escalada da criatura e consequentemente matando-a. Após o combate um deles desce para pegar o arco longo que estava ao lado do putrefato corpo do infeliz arqueiro preso as teias.
 Mantendo-se no caminho que Davy vagamente se recordava em direção a cabana depois de mais algumas horas de caminhada, eles finalmente a acham, porém parecia que alguém havia a encontrado antes. Eles percebem dois drows carregando algo encoberto por um longo tecido, concentrando-se melhor, notam mãos e pés para fora do tecido, pelas características, outro drow. Davy já pensa no pior. De repente algo pertubador surge do interior da cabana, é Jorlan, fazendo um sinal negativo com a cabeça, então uma figura gélida e aterrorizante aparece com um semblante enfurecido, era Ilvara irritada por não ter encontrado o grupo de prisioneiros. Ela aparenta dar uma ordem aos dois guardas drows que seguravam o corpo,  eles se direcionam ao rio que corria lateralmente próximo a cabana e lançam o corpo, o tecido durante a queda se desprende e revela a figura de Elkantar, Davy tinha razão, era seu avô morto. Ilvara bate seu cajado negro contra o chão e um rastro de fogo é emanado em direção a cabana, que rapidamente entra em chamas. Ilvara, Jorlan e os dois guardas drows seguem em outra direção.
 Davy acompanha com o olhar entristecido o corpo de seu avô ser carregado pelas correntezas fracas do rio, quando em uma das pedras, ele parece se agarrar sem muita força. Talvez Elkantar ainda estivesse vivo, imagina Davy, que sem pensar duas vezes dispara na direção do corpo, sem mesmo se importar em ser notado pelos drows inimigos.
 O bardo logo entra no rio e tira o corpo de seu avô, lança um feitiço de cura que ajuda a amenizar o sofrimento de Elkantar. Estranhamente seu avô apresenta manchas negras que aparentam ter vida, eles estão se espalhando pelo seu corpo, removendo pouco a pouco sua vitalidade.
 Elkantar diz não haver mais tempo para salvar sua vida, mas pede que Davy ouça atentamente o que ele tem a dizer.
 "Ouça meu querido Davy Duskryn, eu não sou seu avô, como você sempre imaginou. Eu apenas o criei a pedido de Jorlan Duskryn, seu verdadeiro pai. Eu fui um grande aliado de Haelirin, o espirituoso e libertário herói drow, que lutou contra a ideologia escravagista de nossa raça e também contra os interesses nefastos da Ordem de Lolth. Haelirin com o tempo passou a conquistar mais inimigos, do que admiração ou fama, porém isso nunca o amedrontou. Só que a Ordem de Lolth o taxou como um rebelde que deveria ser parado. Em uma emboscada 'Lâmina do Amanhecer', (como foi apelidado, por suas execuções tão rápidas e fulgazes que seus inimigos drows não eram capazes de enxergar), foi capturado e morto, com isso morreu também seu idealismo, liderança e sonho de ver Meznzoberranzan livre da escravidão.
 Haelirin teve um filho de nome Jorlan, o habilidoso herói o treinou e o educou nos preceitos de seu idealismo e sonhos, porém quando sua fama, mal vista pelos seguidores de Lolth cresceu demais, ele precisou partir, para assim proteger seu amado filho, deixando-o sob meus cuidados.
 Quando Jorlan ouviu os boatos da captura e morte de seu pai, partiu em direção a Menzoberranzan em busca de vingança e de algo que pudesse preencher o vazio de seu coração".
 Contando a história cada vez mais ofegante e fraco, Davy nota que a pele de Elkantar havia se tornado cadavérica, seus olhos avermelhavam-se e tornavam-se fundos, suas mãos transmutavam-se em garras afiadas, a partir daí, Davy não foi capaz de compreender mais nada que era falado por Elkantar, a não ser a última frase.
 "Afaste-se de mim!"

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